top of page

O preconceito no jornalismo esportivo é quebrado por mulheres

Mulheres mostram que são capazes de ganhar seu espaço e que conhecem o universo dos esportes

O papel da mulher sempre foi ser dona de casa, lavar, limpar, cozinhar e cuidar dos filhos, mas hoje todas são reconhecidas como guerreiras e batalhadoras. Mesmo como toda mudança que existe a favor da mulher, o preconceito machista contra a mulher é chocante, ainda acham que lugar delas é no fogão e não no mercado de trabalho. Principalmente profissionais que são jornalistas na área esportiva que trabalham diretamente com colegas masculinos.

O Jornalismo esportivo sempre foi característica masculina, mas hoje a mulherada toma conta, essa profissão informa ao público de várias modalidades, competições, atletas e tudo que envolve o universo do esporte. Para atuar na área do esporte precisa saber o que é jornalismo, e também entender que não é uma tarefa fácil.

As mulheres devem ser determinadas e focadas no que querem para saber enfrentar o mundo machista que vivem. O campo do esporte era predominantemente masculino e devido a isso a atuação da mulher foi bastante restrita. Todos falam que futebol é coisa de homem, que ir ao estádio e apoiar o clube é tarefa para meninos, que mulher não entende de bola, escalação, impedimento e por aí vai.

A Renata Mendonça dibradora, já passou por algumas dificuldades ao participar de um processo seletivo na área esportiva. “A maioria dos candidatos são homens, entre 80 e 95% e na hora da avaliação, você precisa ser 150% melhor do que eles. Os avaliadores já partem do pressuposto que o homem entende e vive o esporte, o futebol. Já com a mulher, eles sempre têm um pé atrás” - diz Roberta Nina em seu blog dibradoras.

A repórter Mayra Siqueira da Rádio CBN, enfatizou que a maior parte do preconceito que sofre é por parte da própria imprensa. Mayra realiza algumas externas, mas atua como repórter de campo em grande parte do tempo: “Sinto muito mais preconceito de colegas de trabalho e de entrevistados do que por parte de torcedores de arquibancada. Gracinhas no estádio a gente ouve sempre, mas é muito triste perceber que seu colega dúvida e questiona a maneira como você conseguiu certa informação. O preconceito da própria imprensa com as mulheres que trabalham nesse meio é velado e muito mais forte do que o preconceito que vem das arquibancadas”.- Acrescenta Roberta Nina em seu blog.

Assim como em outras profissões “dominadas” por homens, as mulheres têm que passar por situações em que não se sentem tão respeitadas quanto um profissional. A discriminação, apesar de menor que em tempos passados, ainda existe; isso é evidenciado por toda situação em que uma mulher é tratada como “frágil demais”, chamada de “queridinha”, ou pior, quando deixa de receber uma tarefa para que um homem possa realizá-la.

A primeira jornalista esportiva Regiani Ritter assumiu as funções de produtora e comentarista do tradicional programa de debates 'Mesa Redonda' e também participava das transmissões dos jogos. Na época, a jornalista era vítima de preconceito por parte dos próprios colegas de profissão, que se sentiam incomodados com a sua presença. "A grande maioria me recebeu muito bem, mas alguns me olharam com ironia e sarcasmo no início e, com o tempo, com ódio. Ironia e sarcasmo porque eles pensavam: ‘Mais uma que vem e passa’. E o ódio porque não passei e fiquei", disse Regiani em rentrevista ao site Trivela publicada em 2011.

Umas das primeiras jornalistas mulheres entrar no jornalismo esportivo, Silvia Garcia, também conta o preconceito e o machismo que teve." Chegaram a oferecer dinheiro e joias". E quanto era constrangedor o assédio dos jogadores de futebol, principalmente porque ainda era obrigada a encontrá-los novamente, afinal, fazia parte de seu trabalho. Foi então que a jornalista levantou a questão de como é complicado para a mulher reagir a essas situações de desrespeito, sem prejudicar sua carreira profissional. – Relata no blog dibradoras.

Mesmo com tantos obstáculos, as mulheres mostraram que são capazes de ganhar seu espaço como jornalistas esportivas e podem fazer o mesmo trabalho que os homens. O sucesso daquelas jornalistas, e de outras, prova que é possível ter êxito no jornalismo esportivo.


bottom of page