top of page

O preconceito começa nas escolas

A discriminação é qualquer pensamento ou atitude que separa os gêneros por considerarem algumas pessoas superiores a outras. Essa desigualdade precisa ser discutida constantemente no âmbito educacional e outros setores da sociedade, isto porque é ignorado no país como se fosse algo no imaginário de alguns indivíduos vítimas e não um fato consumado que é visto na realidade cotidiana.

O Brasil tem uma forte mistura de raças, a incidência de racismo pode não ser tão evidente para alguns, mas ele não deixa de existir. Em alguns casos, ele ocorre de forma sutil, em que nem é percebido pelas pessoas. Pode acontecer em forma de piadas, xingamentos, ou simplesmente evitar o contato físico com a pessoa. A verdade é que nenhum lugar está protegido do preconceito.

De várias formas o preconceito se manifesta, além do que se encontra em diferentes ambientes como na escola, local que tem dentre seus objetivos a arte de ensinar os indivíduos a viver e conviver com as diferenças, e que, no entanto, tem sido visto como mais um cenário do racismo, uma problemática que precisa ser modificada.

Muitas crianças sofrem com a violência racial dentro das escolas, por brincadeiras e piadinhas, o jovem Everton da Silva passou por uma discriminação quando estava no ensino fundamental.

”Eu brigava muito na escola e sofria com as brincadeiras de mau gosto dos meus colegas. Tinha uma colega que sempre dizia que a minha babá ia me buscar na escola, e cansado das brincadeiras dela, pedia pra que parasse de falar isso, só porque minha mãe é negra não pode ser minha mãe? Não gosto que chamem minha mãe assim, não é porque sou branco que ela não pode ser minha mãe, uma vez ate bati nela, eu era criança e ficava triste com aquela situação e não queria magoar minha mãe por causa daquela menina”.- Relembra.

As práticas de racismo na população continuam crescendo, sendo que um dos motivos que poderiam ser apontados é o legado histórico da discriminação sobre os negros, provindos de relações escravistas que ocorreram no passado e ainda é visto na atualidade como um estigma. Desta forma impossibilita ou dificulta a entrada de vários indivíduos na escola, além do que, diversos que sofrem de preconceitos ou discriminação racial acabam não tendo uma educação de qualidade.

Nos conselhos de classes que as mães e os pais participam também podem acontecer cenas de preconceito, a dona de casa Deise Pereira já passou por uma injustiça, numa reunião com os pais e professores na escola do seu filho. “Tinha uma professora que chamou minha atenção na frente dos professores e dos pais que meu filho era um péssimo aluno, só tinha notas baixas, deixei a professora desabafar tudo que estava sentindo e no final perguntei se estava falando com a mãe certa? Não é porque sou negra que meu filho é péssimo aluno e no final a professora tinha se enganado, nessas situações que repenso o que passa na cabeça das pessoas”. – afirma.

Os estudos realizados pelo IBGE neste ano mostram que no Brasil os brancos recebem salários superiores, cerca de 50%, aos recebidos pelos negros no desempenho das mesmas funções, e que o índice de desemprego desses também é maior. No campo da educação, o analfabetismo, a repetência, a evasão escolar são consideravelmente mais acentuados para os negros.


bottom of page